Mário Quintana
Não gosto da arquitetura novaPorque a arquitetura nova não faz casas velhas
Não gosto das casas novas
Porque as casas novas não têm fantasmas
E, quando digo fantasmas, não quero dizer essas assombrações vulgares
Que andam por aí...
É não-sei-quê de mais sutil
Nessas velhas, velhas casas,
Como, em nós, a presença invisível da alma... Tu nem sabes
A pena que me dão as crianças de hoje!
Vivem desencantadas como uns órfãos:
As suas casas não têm porões nem sótãos,
São umas pobres casas sem mistério.
Como pode nelas vir morar o sonho?
O sonho é sempre um hóspede clandestino e é preciso
(Como bem sabíamos)
Ocultá-lo das visitas
(Que diriam elas, as solenes visitas?)
É preciso ocultá-lo das outras pessoas das casas
É preciso ocultá-lo dos confessores,
Dos professores,
Até dos Profetas
(Os Profetas estão sempre profetizando outras cousas...)
E as casas novas não têm ao menos aqueles longos,
intermináveis corredores
Que a Lua vinha às vezes assombrar!
Lendo Quintana descobri pq gosto tanto de OP: somos velhos. Saudades. Bjs
ResponderExcluirChiquinho, adorei a homenagem, não conhecia esse poema do Quintana, gostei muito, obrigada!
ResponderExcluirBjos!
Bacana!!! Nao conhecia esse texto...
ResponderExcluirMas com certeza quintana tinha razão kkk Abraços, Elen