E foi
justamente no dia 15 DE NOVEMBRO DE 1889 que uma guinada foi dada na forma de
gerir a nação. Contudo, sabemos que essa guinada veio acompanhada de interesses
de grupos políticos que, por ora, representavam uma tendência mundial do “não à
monarquia”, mas que por outro lado, traziam um modelo representativo de setores
privilegiados da capital da nação, à época o Rio de Janeiro. Hoje, apesar da apropriação
da República por diversos grupos e setores, ainda vivemos à margem de poderosos
que falseiam a imagem de um processo democrático por vezes representado ainda pelas
antigas vozes oligárquicas que insistem em persistir no poder.
Em especial, neste
“ 15 DE NOVEMBRO”, o nosso pensamento gira em torno do momento crucial em que
vive a “suposta” moralização da política brasileira. É o que se espera a partir dos últimos acontecimentos no STF. MORALIZAÇÃO.
Digo “suposta” uma vez que ainda teremos pela frente o julgamento do chamado
“mensalão tucano” com origens em Minas Gerais. Havendo esse julgamento,
sangrando, estarão em xeque duas das principais forças políticas que se
antagonizam atualmente no país (PT – PSDB). Ao mesmo tempo, não sabemos até que
ponto este julgamento envolverá atores do emergente PSB. Fato também, é que o
anseio pela ORDEM na nação é preceito da tão sonhada e divulgada REPÚBLICA. Já
o PROGRESSO vem numa velocidade alucinante.
Será que
existe PROGRESSO sem ORDEM?
Nosso histórico
não é de todo...
No
aniversário de cem a anos da república instalada (1989) tivemos a eleição
direta mais esperada da história recente do Brasil, no entanto, os frutos foram
catastróficos por um lado, mas sustentaram também o sentimento das ruas e de uma
juventude que dava as caras. Muitos inclusive dando as CARAS PINTADAS enquanto
seus pais haviam dado as POUPANÇAS em nome do País. País também de ZÉLIAS, que
abriram caminhos para os CARDOSOS, depois dos fracassos dos MELLOS, e
melaram...
Poupanças sequestradas
e usadas, os pais e o País se honravam com os feitos heroicos dos filhos.
Filhos e Filhas pintados e regidos por uma sinfonia arquitetada pelos vermelhos
trabalhadores que criavam, magoados pós-eleição, hinos e refrãos de guerra que
acusavam governantes e operadores de esquemas que mais tarde batizariam uma forma
pagável de barganhar, hoje denominada “MENSALÃO”. Aberto o caminho de um
processo “pseudo popular” de resgate da moralidade, os vermelhos “cochilaram” e
os tucanos se aviltaram e desfilaram pelo caminho que se pensava pavimentado
pelo PT. As bênçãos do mineiro e saudoso
presidente Itamar ungiram o áureo trono do REAL para o príncipe FHC.
O caminho de
um novo tempo já perpassava a auto-estima da nação. Guiado pela astúcia do
saudoso Serjão, que agia com maestria nos bastidores do congresso, subitamente,
a maioria definiu-se pelo direito à reeleição presidencial. Neste momento, amparado
pela máquina REAL, os tucanos mais uma vez rechaçaram a possibilidade de
chegada ao poder da estrela solitária petista. Estrela que simbolizava naquele
momento, o auspício da representação genuína e popular.
Já em 2002 a
possiblidade do início da gestão dos trabalhadores se vê aproximada pelas
bênçãos e junção de um patrão mineiro, o saudoso José Alencar, que dando a
confiabilidade necessária aos antes revolucionários barbudos, agora fazia uma
política “café com leite” às avessas, mas temperada com o vigor nordestino de
sabor metalúrgico. O dono do trono resolve ousar e num gesto calculado SERRA as
suas possibilidades de continuísmo neo-liberal. O PT já em fase de longa espera
buscou interlocução no líder JOSÉ, guerrilheiro, hoje apedrejado e de face
outrora refeita. Este por sua vez, assume o superior grau de negociação e
entrega o partido ao xará, ou melhor, ao companheiro JOSÉ, guerrilheiro
araguaio sobrevivente.
Poder por
poder copiai-nos nas antigas formas...
E foi assim,
sem reinventar a roda, um grande “duto” saído de Minas Gerais e por nome
VALÉRIO (e não pensem ser o VALÉRIO do RIO DOCE originário da soberana
mineradora VALE) envolveu os “companheiros” e os “não-companheiros”. E assim o
governo popular ganha o convencimento “mensaleiro” de pautas importantes do
Congresso Nacional. Mas ameaçaram os ZÉS... Por não se ter somente
companheiros, muita coisa rodou, cassou e mudou...
Assim
seguimos, e o dono da bola exigiu mudança no seu time e como um técnico clamou
por ENERGIA, lembrou das MINAS e a ministra foi para a CASA CIVIL. O grande
dono da cadeira e corinthiano se mirou na transferência de renda, extinguiu a era
dos “mensalismos”, convocou os “comensais” e assim, viu factível derrotar um médico
paulista de interesse mantenedor do status
quo tucano semeado pelo Príncipe.
Ganhada mais
uma eleição e trazendo um maior número de simpatizantes e periclitantes para o
entorno da situação de governança o presidente vermelho vê a hora de buscar sua
sucessão na voz feminina e até inédita da Casa Civil. “Poste”, assim denominada
pela oposição, manteve o brilho da altivez, embora sob tentativa de ameaça
daquela mesma SERRA já estudada pelos companheiros em momentos de outrora. Pois
bem, o brilho feminino se embaraçou por alguns momentos, devido ao fato de uma “ex-companheira”
SILVA que conhecia muito bem o “ambiente” e o presidente, ter se colocado como
uma importante e sustentável opção eleitoral. Trocadas farpas, propostas e
muitos etcéteras, veio o segundo turno e a MINEIRA de tempero GAÚCHO fez
história e honrou a trajetória dos companheiros ganhando a “Nêga” do empate no
jogo de poder da nação, até então 2 a 2.
Chegamos em
2012, ano em que “Postes” se firmaram e cegaram as “SERRAS OPOSITORAS”. Ano em
que o Norte-Nordeste se fez mais Tucano que nunca. Ano em que os ZÈS sofreram
seus REVESES. Ano em que o partido que promete arrasar em 2014 é o partido do
descendente do ARRAES. Ano em que as histórias da nossa “RES PÚBLICA” seguem,
aguardando para entender se “o pau que dá em Chico dá em Francisco”...
Por força e
vergonha do Mensalão, o povo segue crendo no sentido da Justiça na nação e
acreditando que mesmo que tarde a ORDEM acompanhará o PROGRESSO.